sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

HINOS DO FEITIO

Todos nós sabemos que os hinos são peças fundamentais da Doutrina do Santo Daime. Os hinos portam mensagens do astral, sabedoria, ensino, mistério e revelação, além de força e vigor. Sendo musical, a nossa doutrina realiza todos os seus rituais, ou o que chamamos de trabalhos, ao som de belas composições com as quais todas as atividades se sintonizam. O feitio é um desses trabalhos. Um trabalho que, aliás, envolve muitas atividades, desde bater o cipó, colher e limpar as folhas, até fazer um suco pra matar a sede. Durante o feitio nos envolvemos durante alguns dias com essas atividades, através das quais produzimos o nosso sacramento, e geralmente nos hospedamos no local onde tudo acontece. Na comunidade do Céu do Cerrado a fornalha e o ambiente da bateção ficam próximos ao Córrego do Cipó, que passa nos fundos da chácara. Alguns metros acima em direção à entrada do terreno se dispõem a nossa Igreja, onde as mulheres limpam as folhas, e as casas dos moradores, que nesses dias servem de abrigo para colchonetes e redes onde passamos a noite. Desde algumas das casas é possível ouvir toda a movimentação e as melodias dos hinos, que são cantados por toda parte. Durante o último feitio realizado em novembro, logo pela manhã, mais ou menos a partir das sete horas, era possível ouvir os pássaros do cerrado dando boas vindas ao sol, em conjunto com o som da bateção e seus hinos, nos convidando a concentrar na nossa missão. Que naquele momento consistia em assumir a responsabilidade pela produção do chá do santo daime com amor e lealdade aos princípios da nossa doutrina.
Quando questionado sobre quais são os hinos cantados no feitio e que nos motivam nesses dias de atividades, o irmão Gustavo comentou que
“o hino "Sol, Lua, Estrela" (n 29) do hinário "O Cruzeiro" do Mestre Irineu é cantado no início de toda bateção, seguido pelo "Devo Amar Aquela Luz" (n 30), fazendo a conexão com os Seres Divinos e lembrando do Chefe da Sessão o General número 1 Mestre Raimundo Irineu Serra, que recebeu da Rainha da Floresta essa Divina Missão de doutrinar o mundo inteiro e expandir essa Luz.”

Dando continuidade a partir da descrição das atividades Gustavo ainda informou que
“normalmente, aproveitando a seqüência, também se canta o hino "Flôr de Jagube" (n 38) em respeito ao Rei Jagube presente no salão. Após esses hinos é aconselhával fazer alguns períodos de silêncio, para que no som do ritmo das marretas, os aparelhos alcancem uma boa concentração. O lema principal dentro de uma Casa de Feitio é: "Silêncio e Concentração". Depois segue-se cantando alguns outros hinos normalmente relacionados a feitio. Como por exemplo o n 46 do "O Cruzeiro", "Eu balanço", o n 28 do "Livrinho do Apocalipise" do Pd. Valdete, "Olhando as Matas Verdes", hinos do hinário "Nova Anunciação" do Pd. Alex como o n 18 "Batalhão do Jagube", n 19 "Senhora Veneranda", n 68 "Doutrina do Cipó" e o n 92 "A Fornalha do Amor". Lembrando também de alguns hinos do hinário "Apuro" de Francisco Granjeiro Filho, feitor oficial do Mestre Irineu, como por exemplo o n 14 "O Jagube está aí", o n 20 "Apuro" e o n 22 "Estou aqui com todo Amor".
Algumas vezes, quando o daime começa a ficar pronto, ou, quando“começa a escorrer na "bica"”, como diz o Gustavo, é cantado o hino n 84 do hinário "O Cruzeirinho" do Pd. Alfredo, "O Daime é o Daime".
É nesse momento final que as mulheres
“vão para a casinha para cantar o chamado Hinário na Boca da Fornalha. Que é comum se cantar o hinário "O Menino Jesus" de João Pedro. Pois sendo um hinário de Cura, nada mais adequado, pelo fato do feitio ser um dos Trabalhos de Cura mais profundos da Doutrina do Santo Daime.

Outros Hinários também são sugeridos para esse trabalho como : Os Hinários dos Mortos, "Nova Jeruzalém" do Pd. Sebastião, "Lua Branca" da Md. Rita, "Nova Era" do Pd. Alfredo, "Livrinho do Apocalipise" do Pd. Valdete, "Instrução" do Lúcio Mortimer e outros”.
Estes são os hinos do feitio, que nos guiaram para realizar este trabalho que como afirmou o Caparelli
“esteve à altura dos ensinamentos do Mestre Irineu, Padrinho Sebastião e Padrinho Alfredo.

Um comentário:

Unknown disse...

Muito bom o post!!!
Parabéns pela iniciativa da retomada da atualização do nosso blog, que a tempo andava deficiente.Concerteza é um trabalho muito valido, que trará muitas informações a quem estiver buscando conhecer a doutrina e o céu do cerrado.
André Luís A. Pinheiro